quinta-feira, 26 de março de 2009

segunda-feira, 16 de março de 2009





Parkour














Parkour é uma arte do deslocamento. É utilizar uma série de habilidades do corpo humano em conjunto para dominar o ambiente em sua totalidade, de forma a conseguir se movimentar passando por obstáculos no seu caminho. Isso se traduz em treinamento de habilidades como escaladas, pulos, equilíbrio, corrida em infinitas possibilidades de combinações utilizando apenas o corpo como ferramenta, e sempre visando a preservação da integridade física em primeiro lugar.





Alguns traduzem "Parkour" simplesmente como percurso, do francês "Parcours". Porém o nome vem do termo "Parcours du Combattant", um treinamento militar francês mais conhecido por aqui como uma espécie de pista de obstáculos militar, onde o guerreiro treina a ultrapassagem dos obstáculos. Para adaptar às ruas, tirou o "Combattant", afinal não se tratava de uma atividade exclusivamente militar. Tirou o "S" para enfatizar a eficiência: Não é eficiente escrever uma letra que não é pronunciada. Substitui então o C pelo K, para dar um tom mais agressivo à palavra. Assim, "Parcours du Combattant" se tornou o que hoje conhecemos como Parkour.





O Parkour baseia-se em princípios. Princípios de força, eficiência, superação (obstáculos), e integridade física. No entanto não existe uma filosofia "set in stone", e isso fica a cargo da comunidade e da interpretação de cada um. No entanto, a comunidade foi desenvolvida em tom de companheirismo, todos se ajudando, todos unidos aprendendo e celebrando a evolução do próximo. Por causa desse clima começou a se desenvolver uma repulsa à tudo aquilo que de uma forma e outra vai contra esse espírito, e assim surgiram algumas ideologias que foram incorporadas pela comunidade como a "filosofia" do Parkour.



Em meados dos anos 80, David Belle foi treinado por seu pai Raymond Belle, um ex-combatente vietnamita, por um método de educação física onde se desenvolve várias habilidades físicas naturais do ser humano, assim como fundamentos morais. A partir disso, morando na pacata cidade de Lisses perto de Paris, David Belle começou a adaptar os treinos para as ruas junto com seus amigos. Se tornou Bombeiro, aprendeu Kung fu, e no final dos anos 90 criou o termo "Parkour" para aquilo que treinava a mais de 10 anos com os amigos nas ruas.


O Parkour consiste em ultrapassar obstáculos. Lidar com adversidades. Estar preparado. Por isso, deve-se estar habituado a lidar com muitas adversidades, e nenhum obstáculo é igual ao outro. Para isso seu corpo precisa se adaptar a cada obstáculo, não cabendo definir movimentos ou manobras prontas, e sim treinar diversas habilidades em diferentes circunstâncias. Muitos utilizam terminologia como "vaults", "monkey", "climb up", "cat leap", "precision", mas não passam de nomes pra um tipo específico de movimento. Parkour é utilizar as habilidades do corpo ao máximo, e limitar à "manobras especificas" é encapsular o parkour em algo menor do que de fato é.


Assim como no resto do mundo, no Brasil o parkour chegou através de videos na internet. Praticantes de diversas cidades do Brasil como Brasília, São Paulo, Curitiba e Florianópolis começaram a treinar baseado no que viam em poucos videos de David Belle em 2004, e de informações muito escassas em sites internacionais. A partir daí surgiu a comunidade brasileira de Parkour, que foi se desenvolvendo desde então.




Fragmentos extraídos do site
http://www.parkour.com.br/tudo-sobre-parkour/




Deriva





A deriva consiste em estudar as ações do ambiente urbano
nas condições psíquicas e emocionais das pessoas. Partindo de um lugar qualquer e comum à pessoa ou grupo que se lança à deriva deve rumar deixando que o meio urbano crie seus próprios caminhos. É pensar por que motivo dobramos à direita e não seguimos retos, por que paramos em tal praça e não em outra, quais as condições que nos levaram a descansar na margem esquerda e não na direita... Apesar de ser inúmeros os procedimentos de deriva, ela tem um fim único, transformar o urbanismo, a arquitetura e a cidade. Construir um espaço onde todos serão agentes construtores e a cidade será um total. Essas idéias, formuladas pela Internacional Situacionista entre as décadas de 1950 e 1970, levam em conta que o meio urbano em que vivemos é um potencializador da situação de exploração vivida. Sendo assim torna-se necessário inverter esta perspectiva, tornando a cidade um espaço para a libertação do ser humano.



Flanar

Definição : v.i. Passear ociosamente, sem objetivo ou direção certa: saiu sem rumo, flanando.

O primeiro “flâneur” famoso foi Charles Baudelaire. Pelas ruas e galerias de Paris, ele observava tudo e todos, eternizava eventos passageiros e tornava o que era inútil em arte. No Brasil, influenciou diretamente João do Rio, jornalista e cronista carioca que, em 1907, lançou o livro “A Alma encantadora das Ruas”.

" Flanar! Aí está um verbo universal sem entrada nos dicionários, que não pertende a nenhuma língua! Que significa flanar? Flanar é ser vagabundo e refletir, é ser basbaque e comentar, ter o vírus da observação ligado ao da vadiagem. Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, á noite, meter-se nas rodas da populaça, admirar o menino da gaitinha ali á esquina, seguir com os garotos o lutador do Cassino vestido de turco, gozar nas praças os ajuntamentos defronte das lanternas mágicas, conversar com os cantores de modinha das alfajuras da Saúde, depois de ter ouvido dilettanti de casaca aplaudirem o maior tenor do Lírico numa ópera velha e má; é ver os bonecos pintados a giz nos muros das casas, após ter acompanhado um pintor afamado até a sua grande tela paga pelo Estado; é estar sem fazer nada e achar absolutamente necessário ir até um sítio lôbrego, para deixar de lá ir, levado pela primeira impressão, por um dito que faz sorrir, um perfil que interessa, um par jovem cujo riso de amor causa inveja.
(...)
É vagabundagem? Talvez. Flanar é a distinção de perambular com inteligência. "
João do Rio